Ser você é ser Criativo

Muito se fala sobre criatividade, sobre como conquistá-la e como tornar-se criativo.

De um modo geral, a criatividade é definida como uma habilidade para gerar novidade e, com isso, ideias e soluções úteis para resolver os problemas e desafios do dia a dia.

O fascínio sobre a criatividade, sobre o processo criativo e como incentivar ou criar condições favoráveis ao seu desenvolvimento já ocupou e continua ocupando o pensamento e a obra de grandes filósofos, educadores, psicólogos e pesquisadores.

São nomes do quilate de Platão, Freud, Piaget, Carl Rogers, Jung, Abraham Maslow, Winnicott, Grof e Assagioli, entre muitos outros, que se preocuparam de uma forma ou de outra com a criatividade.

O que há de comum em praticamente todas as definições de criatividade, das mais simples às mais sofisticadas, é o caráter de novidade, de diferente, de surpreendente, que a caracteriza e que surge do que em cada ser humano é único e especial.

Buscar o olhar novo, livre de condicionamentos e amarras, é um dos pilares da criatividade.

Ativadores Criativos

Existem muitas formas estudadas e comprovadas de estimular a criatividade e já falamos sobre algumas delas (Aqui, Aqui e Aqui).

São várias as técnicas conhecidas e utilizadas para obter esse resultado: exploração dos diferentes tipos de inteligências, das diferentes  formas expressivas, busca do incomum, quebra de paradigmas e status quo… enfim, muitos caminhos levam ao encontro do “novo útil e valioso”.

Uma das formas mais conhecidas de liberar a criatividade é o uso de ativadores criativos, que são exercícios sistemáticos voltados a estimular a criatividade, os quais funcionam como catalisadores do pensamento e do processo criativo.

Dentre os mais conhecidos, temos a técnica do Brainstorming, pensamento divergente, pensamento convergente, jogo linguístico, metáforas, analogias etc.

Os ativadores são realmente eficientes e vale a pena conhecê-los, mas o que devemos observar antes de tudo é que, para além de qualquer técnica que seja utilizada, o mais importante é o estado de espírito de busca do novo e a crença de que ele é possível e está disponível dentro de cada um de nós.

Essa atitude de busca do novo, de entender que todos somos essencialmente criativos, é que vai determinar o sucesso da manifestação de nossa criatividade.

O ser humano é criativo por natureza

Embora seja um potencial de todos os seres humanos, a criatividade não ocorre por acaso. Ela deve ser conquistada, como a expressão mais autêntica do Ser.

“A verdade é que nos sentimos mais vivos quando somos criativos. Nossos momentos criativos são os maiores momentos de nossa vida.”  (Goswami)

Ser íntegro, verdadeiro consigo mesmo, leva à expressão da sua inteireza, o que obrigatoriamente traz o diferente, o olhar especial sobre o que nos rodeia, ou seja, a criatividade.

Por outro lado, a criatividade nos ajuda a expressar o nosso melhor Eu, a nossa melhor versão, mais atualizada e brilhante, num círculo virtuoso.

Para Carl Rogers, o mecanismo que reside na origem da criatividade é a “tendência do homem para se realizar a si próprio, para se tornar no que em si é potencial”.

A criatividade surge como expressão da tendência evolutiva do ser humano de buscar a autorrealização, de ser mais ele mesmo, em sua beleza única.

 Autoconhecimento e aceitação de si mesmo

Ampliar o autoconhecimento e a reflexão sobre a sua realidade amplia os significados com os quais a pessoa é capaz de lidar e, portanto, sua capacidade de atuação.

Conhecendo e aceitando suas diferenças e peculiaridades, a pessoa pode abrir espaço para o que é, integralmente, liberando seu potencial criativo.

Ao sermos íntegros, autênticos, nos conectamos com nossa verdade, o que nos permite olhar para nós mesmos e para o mundo de modo renovado, ampliando nossa criatividade.

Sem a preocupação de se ser de uma determinada forma, para se enquadrar em modelos preconcebidos, há a liberação de uma tremenda energia, que se volta para a criatividade, ou seja, para a transformação do mundo em algo novo, melhor e mais autêntico.

Esse ser autêntico, ao mesmo tempo que nos faz maiores e melhores, também ressoa nos demais indivíduos, como outra parte deles mesmos, inspirando-os e dando a eles também estímulo e “permissão” para serem quem são.

 “A inspiração que você procura já está dentro de você.
Fique em silêncio e escute.”   (
Rumi)

Coragem para assumir quem se é

Existe uma tendência a estimular as pessoas a se esforçarem para serem criativas. Mas a questão é muito mais simples – e profunda, como tudo que é verdadeiramente simples.

Você precisa se esforçar para ser criativo? Não!

Você precisa é permitir-se ser quem é, o que normalmente exige muita coragem, contra todos os condicionamentos internos e toda pressão externa.

Essa busca, que, para a maioria das pessoas, leva a vida inteira de muita reflexão e trabalho, vale muito a pena, porque nos leva a uma vivência plena e criativa.

Nos momentos em que finalmente tocamos a essência de quem somos, não há necessidade de nos esforçarmos para sermos criativos, pois, felizmente, não há outro modo de sermos autênticos e inteiros.

“O homem criativo não é um homem comum ao qual se acrescentou algo. Criativo é o homem comum do qual nada se tirou.”  (Maslow)

Ser você é suficiente, para ser criativo e fazer diferença no mundo.

Porque, de cara, já faz diferença para a plenitude da sua vida e para todos os que estão ao seu redor, o que vai se espalhando – reverberando – na comunidade, em ondas de transformação.

Permita-se ser você, em toda sua inteireza de luz e sombra… e você verá a criatividade aflorar de forma espontânea e bela, como uma flor que simplesmente (!) floresce, porque esse é o potencial que está na sua semente e que surge quando ela simplesmente é.

Para Saber Mais:

ROGERS, Carl.Tornar-se Pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1987

GOSWAMI, Amit. Criatividade Quântica – Como despertar o nosso potencial criativo. São Paulo: Aleph, 2008

MAY, Rollo. A Coragem de Criar. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982

ASSAGLIOLI, Roberto, Psicossíntese, Manual de princípios e técnicas, São Paulo: Cultrix, 1982

JUNG, C. G. O Espírito na Arte e na Ciência. Petrópolis: Vozes, 1985

 

 

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