Sinais da Presença, Presença dos Sinais… E o jeito Mindfulness de lidar com a perda

Livros sempre foram uma das minhas grandes paixões.

Conheço bem a delícia de me perder por horas nas páginas que nos colocam num mundo fantástico, além do nosso… ou que nos trazem conhecimentos que ampliam os nossos horizontes e nos encantam além do que podemos imaginar.

Por muito tempo, quem saía comigo, nunca me deixava passar perto de um sebo ou de uma livraria, caso estivéssemos com pressa. Era atraso na certa… ou até cancelamento do programa inicial.

Hoje temos mais opções com os livros digitais, que com sua extrema portabilidade e praticidade, invadiram nossa vida.

Mas confesso que adoro o objeto livro, o ato de folhear, de marcar as páginas… é um prazer pegar no sono lendo um livro e despertar de repente, ainda com os óculos no rosto e o livro aberto, caído sobre o corpo… e aí se preparar para dormir de verdade.

Além disso, livros sempre me trouxeram aprendizados, encantamento e respostas, a perguntas muitas vezes inconscientes. Sinais do caminho a percorrer.

Mas a gente não escuta só as palavras: a gente ouve também os sinais.    (Martha Medeiros)

No texto sobre Símbolos e Sinais (Aqui), falei um pouco de como a sincronicidade ocorre na nossa vida, de uma forma quase mágica e, ao mesmo tempo, tranquila, trazendo as experiências de que nossa alma precisa.

Numa dessas deliciosas visitas a uma livraria, encontrei por acaso (!) um livrinho muito interessante, tão interessante e sincrônico com o que tenho compartilhado aqui e com o que estou vivendo, que preciso falar dele!

O nome do livro é Atenção plena em poucas palavras (veja no Para ir mais fundo as referências completas).livro-mindfulness

O tema do livro, como o próprio nome diz, é a importância, os benefícios e principalmente práticas simples de atenção plena para incluir no dia a dia.

As práticas são curtas, levam de 5 a 10 minutos. São curtas, simples, mas não superficiais. Envolvem o experimentar o estar presente para o que está presente, como é, sem julgamentos.

Recentemente também falamos de mindufulness (Aqui), sobre a importância de estar presente.

Esse livro me trouxe de volta o encantamento da presença e dos sinais, pois propõe formas simples de incluir essa prática em nossa vida.

E simplicidade tem sido minha resposta hoje para várias questões.

Hoje minha busca é por um viver mais simples, em todos os níveis, de apreciar as coisas essenciais que nos rodeiam e que deixamos de lado pela correria, pelo excesso de informação e pela oferta absurda de produtos e de experiências.

Viver mais simples para mim significa viver a essência, os valores, a profundidade de quem somos, em estado de presença e fluindo pela vida, observando os sinais do caminho.

Às vezes estamos tão ocupados com o passado, o futuro e as expectativas, que alguns sinais vêm para nos despertar, para avisar que não estamos em estado de presença nem fluindo com a vida como devemos.

 Por isso, preste atenção nos sinais – não deixe que as loucuras do dia a dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.   (Carlos Drummond de Andrade)

 Se estamos em estado de presença, estamos aptos a reconhecer e seguir os sinais que a vida, o universo, o ser superior ou mesmo nosso inconsciente nos manda.

 “Vislumbrei um clarão no mistério da sua presença…
…Quando o mistério é muito impressionante, a gente não ousa desobedecer…   (Antoine de Saint-Exupéry)

Vamos fazer um exercício?

Na linha da sincronicidade, minha proposta é abrir agora o livro, em qualquer página, ver o exercício que está sendo descrito e compartilhá-lo com você… talvez ele seja uma resposta ou uma mensagem para você de algo que está precisando… quem sabe?

Abrir um livro ao acaso tem um apelo quase mágico, de uma resposta que transcende a objetividade, de tocar o que de fato precisamos por trás das aparências.

Tem algo de reconfortante em abrir um livro, um oráculo, tirar uma carta de um baralho… é o nosso Inconsciente em ação.

Seguindo essa prática, abro o livro “ao acaso” e entro nesse mundo inexplicável de ressonâncias sincrônicas.

Abri o livro na página 62, e o exercício proposto tem a duração de 5 minutos. Apenas 5 minutos para você praticar e se beneficiar da atenção plena!

Vamos fazer o exercício juntos agora? Segue o exercício na íntegra:

Lidando com a perda

Como podemos manter um relacionamento saudável com a dor, o medo e a perda?

Não existe resposta simples. Não tente mudar a realidade, nem fingir que determinada situação não existe. Esta talvez seja a prática de atenção plena mais fundamental e mais desafiadora para uma sociedade acostumada a soluções imediatas.

– Sente-se confortavelmente. Sinta os pés plantados no chão, as costas alinhadas com o pescoço, as mãos descansando no colo.

– Concentre-se na respiração. Permita que cada inspiração entre em seu corpo e se expanda enquanto ela durar – não force nada, apenas permita que seu corpo respire por ele mesmo. Depois, após uma pausa natural, solte todo o ar. Faça este exercício até se sentir tranquilo.

– Depois, direcione o foco para “a perda” – que pode ser de saúde, de uma amizade ou de um amor, ou até a morte de alguém próximo. Diga em voz baixa: “Seja lá o que for (aqui, você preenche a “perda” verbalmente ou com uma imagem), deixe que eu a sinta.” Comece com uma frase ou imagem bem simples e a mantenha na consciência. Fique com ela, sinta-a, perceba a perda, enfrente-a, mesmo que seja dolorosa, mas não finja que ela não existe. É possível que você só consiga fazer isso por um ou dois minutos. Tire da mente o pensamento ou a imagem e volte o foco para a respiração.”

 Tenho de confessar uma coisa… ao tirar esse texto, pensei seriamente em escolher outro, porque achei o tema um pouco difícil. Cheguei mesmo a abrir novamente em outro exercício.

Mas aí pensei que tinha de ser honesta com a proposta de abrir o livro ao acaso e confiar na sincronicidade.

Isso só prova como é difícil encarar esses temas mais difíceis, como a maioria de nós tem a tendência de fugir ou negar a realidade e não se coloca presente para o que se apresenta na nossa vida.

E, claro, “surpreendentemente”, o texto veio fortemente alinhado com o que estamos vivendo hoje, com o trágicoluto-mindful acidente aéreo na Colômbia, que vitimou 75 pessoas, a maioria do time Chapecoense, e que abalou todo o Brasil e todo o mundo esportivo. Uma grande perda para todos nós!

Parte dessa triste realidade é que os maiores times estão tentando lidar com a perda propondo um movimento de solidariedade entre os clubes de futebol, para ajudar a reerguer o time.

Esse exercício não poderia ser mais sincrônico e surpreendente, por ser tão adequado ao momento. Como costuma ser quando nos dispomos a honestamente ler os sinais.

Simples né? “Só que não”… Praticar a presença exige foco, mente concentrada na tarefa, no aqui e agora. E às vezes coragem.

E isso se torna cada vez mais difícil nesse mundo de sobrecarga de informações e de superexposição contínua. Por isso mesmo, é extremamente importante e, o melhor, pode ser praticado!

Eu achei fantástico esse exemplo concreto de sincronicidade, praticado no aqui e agora. É um bom exemplo de como a prática da atenção plena pode ser realmente útil em todos os momentos de nossa vida.

Além disso, adorei compartilhar minha experiência com esse livro. Pequeno, porém poderoso, que veio representar para mim um sinal da necessidade da prática da presença e do fluir, provando que isso pode ser feito de forma leve, simples e espontânea.

Sinais da Presença. Presença dos sinais. E assim vamos fluindo…

Sei que sou sólido e são,
para mim num permanente fluir
convergem os objetos do universo;
todos estão escritos para mim
e eu tenho de saber o que significa
o que está escrito.  

(Walt Whitman)


Para ir mais fundo:

Atenção plena em poucas palavras – 10 minutos por dia para uma vida mais tranquila e menos estressante – Dra. Patrizia Collard, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2016

 

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