Recentemente, um dos meus coachees (clientes de coaching) me fez uma pergunta muito interessante:
“O que pesa mais no crescimento de um profissional? A parte técnica ou a comportamental?
Este é um assunto bastante amplo e daria muitos livros!
Minha resposta foi baseada em minha experiência de vida e profissional. E pode também ser explicada pelos conceitos do clássico modelo denominado CHA, sigla que representa os três elementos da Competência:
C – Conhecimento H – Habilidade A – Atitude
O Conhecimento é a parte cognitiva, é TER O SABER. É a base de tudo e pode ser obtido por meio de cursos, leituras, experiências de vida, workshops.
A Habilidade é a parte psicomotora, o SABER FAZER. É desenvolvida pela prática prolongada do Conhecimento.
A Atitude é o componente afetivo, emocional, o QUERER FAZER. Este é o aspecto mais difícil de ser desenvolvido, pois depende unicamente do querer da pessoa.
A Atitude é o elo supremo da competência, pois é ela que mobiliza os outros dois componentes (Conhecimento e Habilidade), ampliando-os e coordenando-os em motivação e ação.
Atividades de desenvolvimento comportamental como autoconhecimento, coaching, mentoria, terapia, aconselhamento são alguns dos caminhos conhecidos para o fortalecimento da Atitude.
Ela é tão importante que pesquisas mostram que as pessoas normalmente ganham ou perdem oportunidades e empregos muito mais por sua atitude que por questões técnicas de conhecimento ou habilidades.
Nesses casos, é comum se ouvir que o problema dessas pessoas não era uma questão de conhecimento técnico ou de resultados, mas sim de como eles obtinham esses resultados, com qual qualidade de motivação e de relacionamento. “O problema não é o que, mas o como.”
Stephen Covey, consultor organizacional e escritor dos livros Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes e O 8º Hábito nos fala do Princípio 90-10.
Este princípio mostra a relação entre o que temos ou não de controle sobre o que acontece na nossa vida.
De acordo com Stephen Covey, 10% da vida estão relacionados com os fatos e não temos controle sobre eles; os demais 90% referem-se à forma como reagimos aos fatos, ou seja, à nossa atitude em relação a eles.
O que isso quer dizer?
Realmente, não podemos evitar que um carro quebre, um avião atrase, um semáforo fique vermelho, etc. Esses são os 10%, os fatos. Os restantes 90% serão determinados pelas nossas reações.
“O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude em relação a elas.” (Antoine de Saint-Exupéry)
Então, qual foi a resposta que dei à pergunta do meu coachee?
O aspecto comportamental, a chamada Inteligência Emocional, é de importância fundamental no sucesso de uma pessoa e aumenta de forma diretamente proporcional ao crescimento de suas responsabilidades.
Quanto mais você cresce em qualquer âmbito, mais o aspecto comportamental se torna preponderante.
Obviamente, Conhecimento e Habilidade continuam sendo essenciais, pois são a base de tudo, mas o aspecto determinante é a Atitude, a Inteligência Emocional.
Podemos definir Inteligência Emocional resumidamente como o conjunto de capacidades de autoconhecimento e autogestão, conhecimento dos outros, empatia, comunicação, controle emocional, relacionamento intra e interpessoal (consigo mesmo e com os outros).
Fácil, não é?
“Só que não…” Há muito trabalho interno a ser feito do ponto de vista de comportamento, e isto exige dedicação, tempo e humildade, ou seja, tudo no âmbito da Atitude.
A boa notícia é que a Atitude depende exclusivamente da pessoa e não dos aspectos externos.
Viktor Frankl, psiquiatra austríaco que viveu – e sobreviveu – aos campos de concentração, onde perdeu praticamente toda a sua família, escreveu o livro Em Busca do Sentido, com relatos sobre as pessoas que como ele sobreviveram a essas condições extremas e o que os levou a essa façanha.
Uma de suas frases mais impactantes é a seguinte:
“Tudo pode ser tirado de uma pessoa, exceto uma coisa: a liberdade de escolher sua atitude, em qualquer circunstância da vida.” (Viktor Frankl)
Ser melhor, mais competente, mais feliz, é uma questão de atitude. E depende de você, do seu querer.
Mas, por onde eu começo?
Comece observando-se no seu dia a dia. Observe suas ações e sua linguagem.
Por exemplo, sua linguagem reflete uma postura reativa ou proativa?
Se perceber que está usando linguagem de uma postura reativa, faça o exercício de substituir pela linguagem proativa. Veja como sua atitude muda!
Este é só um exemplo de como você pode mudar sua Atitude e de como isso só depende de você.
Enfim, qualquer que seja sua definição de sucesso, para chegar lá, lembre-se:
- Obtenha Conhecimento: aprenda, sempre aprenda.
- Desenvolva sua Habilidade: aplique e pratique muito o que aprendeu.
- E faça tudo isso com muita vontade, muita Atitude!
Pense só: Como você e sua vida seriam se o seu melhor se tornasse a sua média?
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